CRISE INSTITUCIONAL E DE CREDIBILIDADE!
Tem sido recorrente no noticiário local os sinais de crise entre o governo do prefeito Marcelo Barbieri e sua base aliada na Câmara. Parece na verdade uma crise sem fim, passando pela derrota do prefeito na última eleição da Mesa Diretora da Câmara e se estendendo até o presente momento, quando alianças eleitorais são anunciadas pelo prefeito e desmentidas pela base.
Uma breve avaliação deste cenário nos coloca algumas evidências.
A primeira é que o governo perdeu a mão na relação com a base aliada. Fez desta relação um mero jogo de troca, um balcão de negócios que provocou o loteamento do governo para indicações políticas de muitos, desagradando outros e prejudicando o próprio governo e a cidade, pois quem paga o preço das nomeações é a população, principalmente quando são excessivas de baixíssima qualidade como temos observado.
Não por acaso, a mesma sanha fisiológica que observamos em parte do PMDB em nível nacional está instalada hoje no coração do governo de Araraquara. Barbieri é filho desta escola política, nasceu, se alimentou e cresceu na política dentro da lógica clientelista e fisiológica, sua natureza e personalidade faz com que enxergue pessoas e apoios políticos única e exclusivamente como moeda de troca.
Ao visualizarem uma liderança política mais suscetível a negociatas do que ao debate sobre rumos e projetos, evidentemente a base aliada, já muito propensa ao "salve-se quem puder", adere com facilidade e fome ao jogo pela disputa de cargos e outras benesses.
Neste momento delicado, onde são discutidas alianças para o pleito de 2012, a base aliada começa a visualizar que o prefeito Marcelo Barbieri pode não entregar o que lhes prometeu e promete, causando instabilidade no governo e crises constantes, é a chantagem política correndo solta nos bastidores.
O mais preocupante é que em nenhum momento enxergamos nesta crise uma disputa de rumos e projetos para a cidade. Parece ser esta uma preocupação secundária e até mesmo terciária. O município não vai bem, embora surfe numa onda nacional de crescimento econômico. Problemas financeiros sérios, problemas administrativos e de gestão, problemas com os serviços básicos de saúde, educação, falta de merenda nas creches, funcionários de terceirizadas sem pagamento, servidores municipais descontentes mais pela relação autoritária do que salários em si e o prefeito meramente preocupado em ter 13, 14, 15 partidos em sua base de apoio, deixando cada vez mais claro que o único projeto em andamento é o poder a qualquer custo.
A população deve estar atenta a este processo, pois o preço para a cidade é alto. O governo e o toma lá dá cá com a base aliada tem custo para a cidade, cada vez mais estamos percebendo contornos de uma crise política institucional sem precedentes em nossa história, que poderá se tornar insustentável.
Se queremos mudar a forma de se fazer política, devemos começar com a seriedade do governante que elegemos. A presidenta Dilma tem dado boas lições em como se tratar a base aliada com seriedade, sem ceder a chantagens, disputa por cargos e não hesitando em afastar quem for suspeito de algum mal feito no governo, exatamente o oposto do que a forma de se fazer política atualmente em Araraquara tem nos mostrado.
ANDRÉ AGATTE
PRESIDENTE PT / ARARAQUARA
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