quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Brasil tem o 3º maior crescimento econômico do mundo em 2013



O ritmo de crescimento do PIB (produção de bens e serviços da economia) do Brasil somente ficou abaixo dos apresentados por China e Coreia do Sul em 2013 – entre 13 economias que já apresentaram seus resultados, selecionadas pelo IBGE.
O avanço da China, aliás, não é parâmetro para ninguém. Está 5,7 pontos porcentuais acima da média mundial, de 3,0%. É desempenho que eleva muito o índice médio. Todos os demais países ficam abaixo dessa linha.
A Coreia do Sul conseguiu resultado bem próximo disso, com 2,8% de expansão. O crescimento da economia brasileira no último ano, de 2,3%, está imediatamente acima dos 1,9% de variação dos PIBs de África do Sul, Estados Unidos e Reino Unido.


Saiba mais:


http://zip.net/bmmCjK

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Avanços, apesar do preconceito

Principais mitos sobre a ineficiência das ações afirmativas mostram-se infundados. Luta contra racismo continua sendo um desafio

Por Gabriela Allegrini – Revista Caros Amigos
Em pouco mais de uma década de implementação das cotas para acesso ao ensino superior, as universidades públicas brasileiras tiveram mais negros matriculados no seu sistema de ensino do que em todo o século 20, aponta o presidente do Instituto Brasileiro da Diversidade, Hélio Santos. Além de possibilitar a inserção numa instituição tradicionalmente dominada pelas elites brancas, para ativistas do movimento negro, a grande contribuição das ações afirmativas foi pautar o tema da desigualdade racial na agenda pública. “Antes esse assunto não era discutido, em cima do alcance desse debate foi possível traçar mecanismos para construir a mudança de que precisamos e a manutenção do que já conseguimos”, diz o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente.
No ano 2001, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) foram as primeiras a criar cotas para negros nos seus processos seletivos, depois do primeiro ano em que o vestibular de ingresso reservou vagas para alunos vindos de escolas públicas. Em 2003, foi a vez da Universidade de Brasília (UNB) aprovar a criação das cotas raciais, numa iniciativa inédita entre as federais. A medida desperta, ainda hoje, calorosas discussões entre defensores e opositores do modelo de inclusão.
Na cartilha de quem é contra havia (e ainda há) o argumento de que tal sistema ajudaria a instalar o ódio racial dentro das salas de aula, com pobres e negros sendo hostilizados por brancos não cotistas. E que também haveria a falência do ensino superior gratuito ao admitir o ingresso de pessoas “despreparadas”, sem contar um alegado desnível no desempenho entre cotistas e alunos “capacitados”, com os primeiros fadados ao eterno atraso acadêmico. Os maus agouros ainda incluíam uma suposta evasão massiva dos negros que, ao não acompanharem o ritmo dos outros alunos, desistiriam do programa de inclusão; a degradação do próprio vestibular, pois aprovaria cotistas com notas insuficientes; e mais um catatau de argumentos apocalípticos que, uma década depois, pesquisas comprovam não ser realidade.


A pesquisa Agenda Juventude Brasil - Por Severine Macedo

Agregando estatísticas oficiais já produzidas e indo além delas, a Agenda Juventude Brasil: Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros explora novas questões, novos cruzamentos de dados, percepções e opiniões dos jovens


Aprofundar o conhecimento da sociedade brasileira sobre sua juventude e consolidar a produção continuada desse conhecimento são desafios para o Brasil seguir avançando em políticas públicas que efetivem os direitos juvenis. Esta tarefa ganha dimensão ainda mais importante neste período em que o país registra a maior população jovem, em termos absolutos, de sua história – 48,85 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos1, cerca de 25% de sua da população - e um vigoroso, mas imperfeito, processo de inclusão social.

As manifestações iniciadas em junho de 2013, fortemente protagonizada por jovens, estamparam a necessidade de mais e melhores estudos, buscando compreender quem são os sujeitos dessa geração que se forma junto com este novo Brasil, e de mais e melhores políticas, buscando aprofundar a transformação do país.

Com esta perspectiva foi realizada, entre abril e maio de 2013, sob responsabilidade da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) da Secretaria-Geral da Presidência da República, o trabalho de campo da Agenda Juventude Brasil: Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros2. Divulgada em agosto e atualizada em dezembro, a pesquisa busca conhecer as realidades, questões e opiniões da juventude brasileira, agregando as e indo além das estatísticas oficiais já produzidas.

Abaixo, alguns dos resultados mais expressivos desse trabalho.

Maior identidade racial
Declararam-se de cor preta ou parda 60% dos entrevistados (15% e 45%, respectivamente); 34% de cor branca; e 6% amarelo/indígena. Interessante notar que a proporção de jovens que se declara preta é quase o dobro do que a identificada pelo IBGE no Censo 2010 (7,9%). Diferente do Censo, onde essa informação é dada por apenas um membro da casa – comumente mãe ou pai – esta pesquisa baseou-se na autodeclaração dos jovens.

Absorção de novas tecnologias
Computador e internet são usados por 75% dos jovens e 89% tem celular. Para se informar sobre o que acontece no Brasil e no mundo, 83% usa a televisão aberta, 56% a internet, 23% os jornais impressos, 21% as rádios comerciais e 17% a TV paga. Enquanto a TV aberta é o meio de informação mais acessado por 91% dos jovens de baixa renda3, a internet figura em primeiro lugar entre os mais ricos (73%).

Avanços notáveis na escolaridade

Embora ainda longe de chegar aos patamares desejados, os jovens desta geração tem uma relação com a escola muito mais ampla e consolidada do que as gerações anteriores: 59% chegou ao Ensino Médio, enquanto este nível de escolaridade foi alcançado por apenas 25% de seus pais. Numa pesquisa realizada em 20034, apenas 6% dos jovens de 15 a 24 anos tinham Ensino Superior, enquanto atualmente são 10%. Já de 25 a 29 anos temos 19% dos jovens que alcançaram a faculdade.

Interessante notar que quase 90% dos jovens disseram que gostam ou gostavam de estudar quando estavam nessa situação. São 66% aqueles que gostariam de estudar até o Ensino Superior ou mais e apenas 9% dos jovens entrevistados não gostariam de estudar mais.

A desigualdade social se reflete no nível de formação. Entre os estratos baixos, 43% foram até o fundamental, 54% até o médio e 4% até o superior. Nos estratos médios, esses números são 23%, 64% e 13%, enquanto nos estratos altos são 10%, 53% e 37%, respectivamente.

Possibilidade de estudar: o que há de mais positivo no país

Quando questionados sobre o que há de mais positivo no Brasil, “as possibilidades de estudar” foi o item mencionado por 63% dos jovens, reforçando o reconhecimento dos avanços no campo educacional. Em seguida aparecem a “liberdade de expressão” (55%), a estabilidade econômica (46%) e “ter democracia” (45%).

A “possibilidade de consumo” aparece no último degrau de escolha, junto com políticas sociais, reunindo, cada uma delas cerca de 1/3 das respostas. Chama atenção o fato de apenas 4% declarar que não há nada de positivo no país.
Os pobres (32%) valorizam em maior medida do que os ricos (24%) as possibilidades de estudo. Já para as políticas sociais essa relação é de 12% e 3%, o inverso do que ocorre com a liberdade de expressão (13% e 25%).

Juventude trabalhadora

Grande parte dos jovens compõe a População Economicamente Ativa (PEA): 74%, sendo que 53% trabalha e 21% procura trabalho. Conciliam escola e trabalho 14% dos jovens e 8% procura trabalho enquanto estuda.

Essa relação, contudo, diferencia-se enormemente conforme a idade: entre os adolescentes de 15 a 17 anos 85% está estudando e 55% trabalhando ou procurando trabalho, já no segmento entre 25 e 29 anos 86% está na PEA, enquanto apenas 14% estuda.

A grande maioria dos jovens tem sua primeira inserção no mundo do trabalho mesmo antes de completar 18 anos de idade (65%). Vale destacar que no campo 47% dos jovens entram no mundo do trabalho antes dos 15 anos.

Nos estratos mais altos de renda, 65% dos jovens estão ou estiveram em empregos formais e 16% em informais, enquanto nos estratos mais baixos só 22% ocupa ou ocupou postos formais e 32% informais. Jovens de cor branca têm 30% mais chances de ter emprego formal do que jovens negros. Os homens jovens possuem 25% mais chances de ter uma ocupação formal do que as mulheres jovens.

Violência como marca de uma geração

O que mais preocupa os jovens atualmente - na declaração espontânea - é a violência que, na soma das menções, foi citada por 43%. Em segundo aparece a questão do emprego ou profissão (34%). Num terceiro patamar temos as questões de saúde (26%) e educação (23%). Drogas, crise econômica e família aparecem num quarto degrau, com uma parcela entre 17% e 18%.

Interessante é a diferença de resultado quando se pergunta, de maneira estimulada, quais são os problemas do Brasil que mais preocupam os jovens. Podendo eleger dois problemas, a corrupção, que não havia aparecido espontaneamente na pergunta anterior, foi citada por 67% dos entrevistados. Em seguida vem o poder dos traficantes (46%); a grande desigualdade entre ricos e pobres (42%); e o racismo e outras formas de discriminação (34%).

Corroborando a constatação do quanto a violência marca a vida dessa geração, a pesquisa aponta que metade deles já perdeu uma pessoa próxima de forma violenta: por acidente de carro ou por homicídio. As perdas por homicídio - em sua maioria amigos, irmãos, primos ou tios - alcançam 25% dos jovens.

Foram os pretos e pardos que relataram em maior proporção a experiência de perder alguém próximo de forma violenta: 54% entre pretos e pardos e 45% entre os brancos.

Política: é possível mudar o mundo

Cerca de nove em cada dez responderam que os jovens podem mudar o mundo, sendo que, para sete, eles podem mudá-lo muito. A política, por sua vez, é valorizada pela maioria: 83% acha que ela é muito ou mais ou menos importante. Apenas 16% a acha nada importante.

Para mudar as coisas no Brasil, “a participação e mobilização nas ruas e ações diretas” são a opção mais mencionada pelos jovens (45%). Em seguida vem a “atuação em associações ou coletivos que se organizam por alguma causa” (44%), a “atuação em conselhos, conferências, audiências públicas ou outros canais de participação desse tipo” (35%), a “atuação pela Internet” (34%) e a “atuação em partidos políticos” (30%).

Em termos de participação política, chama atenção o fato de seis em cada sete jovens declararem que participam, já participaram ou gostariam de participar de coletivos e movimentos sociais. Igualmente interessante é o fato de 55% dos jovens terem tirado o título de eleitor antes da idade obrigatória (18 anos) e de outros 10% pretender tira-lo dentro do prazo facultativo.

Percepções e expectativas: a vida vai melhorar

Quanto à mobilidade de classe social que tiveram em relação à geração de seus pais, 36% dos jovens avaliam que sua vida hoje é melhor, enquanto apenas 8% aponta que sua vida piorou. 56% não veem alterações.

Por outro lado, 94% acredita que sua vida vai melhorar, enquanto apenas 1% acha que vai piorar e outros 4% não veem perspectiva de mudança. Perguntados sobre quais elementos são mais importantes para sua vida presente; para melhorar de vida; e para garantir direitos, os jovens apontam: a família (75%) para a vida presente; o esforço pessoal (68%) para melhorar de vida; e as políticas do governo (47%) para a garantia dos direitos.

Políticas de juventude: avançar é preciso

A maior parte dos jovens (53%) apontou que “os governos no Brasil conhecem as necessidades dos jovens, mas não fazem nada a respeito”. Essa opinião é maior no meio urbano (55%) que no rural (39%) e cresce à medida que a renda aumenta: 46% dos mais pobres, 54% os jovens de estratos de renda média e 60% dos mais ricos.

Cerca de 18% disse que “os governos apoiam e promovem programas e ações voltadas para a juventude” e apenas 8% indicou que “os governos não conhecem nem se preocupam com as necessidades dos jovens”. Mas ainda é significativa a parcela (20%) daqueles que responderam que não sabem nada sobre o tema.

Foram 44% os que alegaram ter conhecimento de algum projeto ou programa de governo dirigido para a juventude. O Projovem lidera, sendo citado por 19% de forma espontânea. Em segundo lugar vem o Programa Universidade para Todos (Prouni), com 7%, e depois uma outra série de programas de educação, como Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com 4%, e Programa de Financiamento Estudantil (Fies), com 2%.

Quando perguntados de maneira estimulada sobre as ações de educação para a juventude, o Enem, o Prouni e o ProJovem são conhecidos por mais de 85% da amostra. Mas é pequena a parcela daqueles que dizem conhecer bem qualquer uma dessas ações.

É interessante reparar a importância que os jovens dão aos recursos humanos quando perguntados sobre o que o governo deve realizar para melhorar a educação, a saúde e enfrentar a violência. “Investir nos professores” foi a ação mais citada (55%) para a educação, assim como “contratação de novos profissionais” (60%) para a saúde e “combate à corrupção e má conduta de policiais” (51%) para a questão da violência.

Construindo os avanços: a juventude como política de Estado

Sem pretensão de esgotar o tema ou de tornar-se referência única, a pesquisa Agenda Juventude Brasil é uma contribuição da Secretaria Nacional de Juventude para ampliar e qualificar o conhecimento sobre esse segmento da população no país. Ela é parte de uma estratégia que inclui o Participatório – Observatório Participativo da Juventude5 como ferramenta para produção, consulta e troca destes conhecimentos e para articular os mais diversos atores e iniciativas interessados nesse campo.

Assim como as manifestações de junho mostraram-se ricamente diversas e de difícil homogeneização, a pesquisa também deixa claro que a vida juvenil é composta por uma pluralidade de elementos e se desdobra em múltiplas trajetórias, inviabilizando qualquer tentativa de padronização da juventude e de simplificações que busquem um grande tema que responda as suas necessidades. Por isso, a pesquisa se debruça sobre as diferenças de faixa etária, sexo, cor/raça, situação de domicílio (campo e cidade) e renda.

O trabalho abre inúmeras possibilidades de análise, mas deixa nítido como essa geração foi impactada pelas políticas de inclusão social – com destaque para a educação – e pela ampliação da democracia no país nos últimos anos. Por outro lado, também é cristalino que há limites e desigualdades que persistem neste processo e que há novas demandas oriundas da inclusão. A juventude pede novas respostas, ao mesmo tempo em que demonstra grande disposição de participar do debate político e de interferir diretamente nos rumos das transformações do país. O recado é claro: necessitamos de mais e melhores políticas.

Passos estão sendo dados nesse sentido. Uma política em expansão é o Plano Juventude Viva6, que enfrenta a violência contra os jovens negros concentrando políticas públicas nos territórios com os mais altos índices de homicídio, além de apontar mudanças na conduta das polícias e do sistema judiciário.

É importante frisar que o desenvolvimento de estruturas específicas para políticas de juventude ainda é relativamente recente no país. A maioria dos órgãos executivos, assim como dos conselhos, foi criada após a instituição da estrutura do Governo Federal (em 2005) e atinge hoje cerca de 300 municípios.

Mas, a sanção do Estatuto da Juventude em 2013 nos abre novos horizontes. Além de instituir dois benefícios diretos - a meia-entrada para estudantes e jovens de baixa renda, e as gratuidades e meia passagem no transporte coletivo interestadual para os jovens de baixa renda – o Estatuto cria o Sistema Nacional de Juventude que irá organizar a política de juventude e induzir a ampliação dos seus órgãos de gestão e de participação em todos os níveis da federação.

Essa é a hora de alargarmos nossa agenda, pois está em jogo a transformação das políticas de juventude em políticas de Estado, o aprofundamento dos canais de participação direta dos jovens e o papel central desta geração para o desenvolvimento sustentável do país.

1 - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2012 –IBGE.
2 - A pesquisa é estatisticamente representativa do universo da população entre 15 e 29 anos. Confira a íntegra da pesquisa pode ser acessada em: http://www.juventude.gov.br/noticias/arquivos/pesquisa-atualizada-16-01.2013
3 - O recorte de renda segue o aplicado no estudo sobre estratos econômicos do Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE): Estratos baixos são os de renda domiciliar abaixo de R$ 290/mês; Estratos altos são os de renda domiciliar acima de R$ 1.018/mês; e, por conseguinte, Estratos médios são aqueles situados entre os dois anteriores. Comissão para Definição da Classe Média no Brasil, acessível em http://www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/Relatório-Definiçãoda-Classe-Média-no-Brasil1.pdf
Severine Macedo é secretária Nacional de Juventude do Governo Federal

(Texto publicado na edição de fevereiro de 2014 do Le Monde Diplomatique Brasil)

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sábado, 15 de fevereiro de 2014

A COPA DO MUNDO NO BRASIL É A VITÓRIA DE UM PAÍS DE TANTAS VITÓRIAS

Em primeira mão, sobre a Copa do Mundo no Brasil, segue artigo do Deputado Estadual e Ex-Prefeito de Araraquara, Edinho Silva.



"A vitória brasileira nas disputas pelas sedes da Copa do Mundo e Olimpíadas, no Rio, foi a materialização emblemática de um país que já havia obtido muitas vitórias no campo social e econômico. Vitórias que mudaram radicalmente a imagem internacional do Brasil e criaram as condições para que o Governo brasileiro liderasse feitos históricos que fizeram explodir a autoestima do povo brasileiro.

A vitória em sediarmos a Copa é a vitória de um país que venceu a exclusão social, que venceu o desemprego, que venceu a estagnação econômica, que venceu o ciclo vicioso da desigualdade, que venceu o "complexo de vira lata" e que hoje é respeitado internacionalmente.

As nossas vitórias, tanto em sediarmos a Copa do Mundo, como as Olimpíadas, geraram uma imensa frustração nos setores conservadores da nossa sociedade e naqueles setores que buscam crescer politicamente com o sentimento derrotista que por séculos se enraizou no espírito dos brasileiros.

As reações que assistimos no período posterior às nossas vitórias internacionais foram tentativas, até agora exitosas, de desconstrução do significado da Copa e das Olimpíadas para o nosso país como uma vitória de todos os brasileiros.

De forma simplista, mas sem contrainformação, os conservadores criaram o antagonismo entre os investimentos feitos para sediarmos a Copa do Mundo e os problemas sociais, muitos seculares e já enfrentados com políticas públicas. Disseminaram na opinião pública que um país com problemas sociais não pode ser sede de grandes eventos esportivos. Essa falsa contradição hoje permeia a opinião pública e tem sido "palavra de ordem" nas mobilizações de rua.

O esporte, no caso em tela, o futebol, é uma potente âncora econômica com capacidade de gerar empregos e distribuir renda, com potencial para fomentar grandes programas sociais de inclusão social, principalmente para crianças e adolescentes, no combate a violência e ao uso de drogas. O esporte e a cultura como educação complementar são políticas públicas que podem mudar a vida de comunidades inteiras.

Os investimentos feitos como financiamentos, portanto, a serem restituídos aos cofres do BNDES, que é um banco federal de fomento econômico e social, têm que ser concebidos como incentivo ao desenvolvimento de um setor da economia, esporte/futebol, com capacidade de venda de serviços, de combater desigualdades regionais com a geração de empregos e renda.

A crítica correta e construtiva não é aquela feita aos financiamentos, ou mesmo aos investimentos dos governos locais e estaduais, mas sim à falta de um projeto para o esporte, de forma específica no caso da Copa do Mundo, ao futebol. O Brasil tem todas as condições pela identidade cultural do seu povo de desenvolver um projeto que seja transformador sob a concepção da gestão moderna e que projete o Brasil como um país que tenha um futebol bem gerido, sustentável economicamente e que mobilize socialmente as nossas crianças e jovens para as políticas públicas inclusivas e cidadãs.

O Brasil é o único país do planeta com potencial para transformar o futebol em âncora econômica de dimensão nacional e que ao mesmo tempo seja, com força organizativa, sustentáculo de programas sociais de combate a exclusão social de nossas crianças e adolescentes.

Para isso é preciso que superemos dogmas e resistências. É preciso enfrentar o debate da falta de um projeto nacional para o futebol. É preciso reconhecer que falta política de Estado para o fomento econômico e social do futebol brasileiro. É preciso dar todo o apoio necessário ao Ministro Aldo Rebelo para que esse estágio seja superado.

Os ataques sofridos pelos governos brasileiros pela organização da Copa do Mundo trazem consigo uma carga imensa de preconceito de setores da sociedade brasileira. Uma parcela desse preconceito plenamente justificável, a outra totalmente equivocada e inflamada pelo oportunismo político partidário dos setores mais conservadores e obtusos da nossa sociedade. A esquerda brasileira sempre alimentou muita resistência ao futebol por ter sido ele instrumento de manipulação da opinião pública durante os regimes autoritários. Muitos formadores de opinião têm restrições ao futebol por ser ele um espaço de corrupção e de encastelamento de "cartolas" que não têm capacidade para administrar o mais simples dos estabelecimentos comercias. Também tem aqueles que identificam o futebol como espaço de realização de projetos pessoais e de satisfação de puro ego. Tudo isso reflete a realidade do futebol brasileiro e o transforma em "um cenário" de manifestações de amor e ódio, de paixões e incoerências. Mas o futebol é uma atividade econômica, apaixonante, carregada de imaginário coletivo. É uma atividade econômica e precisa ser concebida com tal.

A Alemanha nos mostrou na Copa de 2006 que é possível fazer de um evento mundial o ponto de partida de um projeto econômico, administrativo que faça do futebol uma âncora econômica sustentável. Os resultados do futebol alemão dentro de campo não são obra do acaso. Os alemães têm hoje o futebol melhor gerido do mundo, têm uma atividade econômica sustentável, por esse motivo serão hegemônicos no futebol mundial pelo próximo período.

Podemos fazer da Copa do Mundo no Brasil um ponto de partida para algo novo para o nosso futebol (ampliando para o esporte como atividade da nossa economia) ou podemos apenas transformar esse espaço como a reprodução de todos os nossos erros e equívocos. A reposta está com a nossa capacidade de iniciativas."

Edinho Silva, deputado estadual pelo PT.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Por que sinto vontade de vomitar


Pelas redes sociais vejo a foto de um jovem amarrado ontem na avenida Paulista, vítima de um trote. O trote foi feito por alunos de uma faculdade de comunicação (Cásper Líbero), vejam só, de relações públicas e propaganda -- gente que escolheu profissionalmente se comunicar produtivamente.
A imagem me fez lembrar o rapaz espancado e acorrentado no Rio, acusado de cometer crimes. O que se seguiu a essa imagem foi uma onda de solidariedade aos "justiceiros" -- só isso já mostra até onde vai a doença da violência.
A cena ofereceu momentos de glória para uma apresentadora de TV (Rachel Sheherazade) que, em essência, disse o seguinte: a sociedade está cansada de impunidade e aquele tipo de revide quem sabe funcione. Recebeu centenas de milhares de aplauso.
Não vou comentar o que ela falou. Mas só registrar que esse tipo de postura ganha apoio na sociedade, devido à insegurança generalizada. Entre os apoiadores da apresentadora, Paulo Maluf, que, como sabemos, fez muito menos delinquências do que aquele jovem acorrentado.
Para completar, ainda estamos todos chocados com a morte do cinegrafista no Rio, vítima dos Black Blocs, que se transformaram, vejam só, em força politica -- mas são apenas delinquentes.
Enquanto isso, Fábio Porchat é ameaçado de morte porque fez um vídeo (ótimo, aliás) para o Porta dos Fundos denunciando, pelo humor, a violência policial.
Sinceramente, dá vontade de vomitar.

Escrito por: Gilberto Dimenstein

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

No meio do caminho tinha um menino ( amarrado ao poste)





Por Rosiane Rodrigues

No meio do caminho tinha um menino (amarrado ao poste)
Tinha um menino (amarrado ao poste) no meio do caminho

A cena chocou. É possível que o motivo da consternação tenha sido o local da ação e não a ação em si. Sim. Um menino, amarrado ao poste, em uma rua da Zona Sul do Rio de Janeiro, não é um fato comum. Meninos, amarrados em postes, baleados, espancados, violentados não cabem na paisagem da Zona Sul da cidade. Essas devem ser imagens periféricas, cotidianas das favelas, dos subúrbios. Imagens de barbárie que já não chocam nem causam espanto aos olhos dos que estão – e devem continuar – à margem.
"O 'menino amarrado ao poste' deu sorte. Ele poderia estar morto. Se assim fosse, seria mais um a entrar para a estatística da barbárie cometida diuturnamente, nos becos e vielas em todo País"
O "menino amarrado ao poste"' deu sorte. Ele poderia estar morto. Se assim fosse, seria mais um a entrar para a estatística da barbárie cometida diuturnamente nos becos e vielas em todo País. Imagens de corpos violados, machucados, inertes... reflexos distantes de uma realidade encoberta aos olhos sensíveis de uma parcela da população que teima em não querer enxergar: a indústria do genocídio da juventude preta e pobre.
Preto, pobre
Pesquisa do Ipea, divulgada recentemente, demonstra que 53 mil pessoas são assassinadas por ano no Brasil. Destes, a grande maioria é de jovens entre 15 e 29 anos, que possuem de quatro a sete anos de estudo formal. Sim. Jovens pretos, moradores de favelas. Incriminados por sua cor, estigmatizados por seus locais de origem. O que choca não é o ato, é a imagem. Na voz de muitos “era um marginalzinho, um bandidinho, que rouba carteiras de pedestres indefesos”, “Mereceu! Tinha que ter sido queimado”... esses foram apenas alguns comentários que li nos comentários dos sites dos grandes jornais que veicularam tão insólita notícia.
A moradora do bairro, ao invés de chamar a ambulância ou a polícia, postou a foto da cena numa rede social. Mais que uma febre que assola o mundo contemporâneo, a atitude da ‘denunciante’ faz parecer que meninos pretos, amarrados em postes, depois de espancados, não merecem ser atendidos por médicos, muito menos, terem o aparato jurídico-policial o tratando como vítima. Para uma grande parte dessa sociedade conectada, virtual, que faz até seis refeições por dia, esse é mais um menino que nasceu criminoso... cresceu e aprendeu que "vítima" não é o lugar que deve ser ocupado por gente como ele.
Meninos assim nascem aos montes... e se habituam a serem tratados por esse aparato (sócio-governamental) como um mal a ser combatido. Esse hábito não é apenas imposto, mas aceito por todos como algo natural. Para que chamar a polícia ou a ambulância para quem sabe que apanhar, ser humilhado e, daqui a pouco, morto, faz parte do cotidiano? Diriam alguns, é a vida... ou, em bom francês: c’ést la vie.
Monstrego
Uma cena deslocada na paisagem da cidade que se arruma – e é vendida – para receber milhares de turistas em poucos
"Uma cidade, cuja população, ao perceber a impossibilidade de lidar com suas pobrezas (...),  esconde seus famintos (...) em locais 'protegidos' (?!?!) por UPPs"
meses. Uma cidade que está nua de alma, mas cheia de encantos. Um monstrengo que mais parece um arremedo de boneca-inflável – que tendo grotesca aparência de humanidade, mantém seu interior vazio.
Uma cidade, cuja população, ao perceber a impossibilidade de lidar com suas pobrezas (que são muito maiores que aquela significada em forma de escassez de alimentos, moradia, transporte, escolas, hospitais etc. etc. etc.)  esconde seus famintos (famintos de atitude, de reconhecimento de suas especificidades históricas) em locais "protegidos" (?!?!) por UPPs. Doces sonhos de uma classe média que teima em se sentir segura enquanto meninos são amarrados em postes, jovens são assassinados, pessoas são queimadas em praças públicas.
O episódio – que desnuda a violência atroz – é lamentável, mas desgraçadamente providencial para refletirmos sobre nossas desumanidades cotidianas. 

 Rosiane Rodrigues é jornalista, escritora e pesquisadora do Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas (Nufep) da Universidade Federal Fluminense


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A responsabilidade histórica do PT em 2014 por: Marco Aurélio Weissheimeir


O que o PT deve disputar nas ruas não é a direção de um movimento sem cara definida, com máscaras ou capuzes, mas sim seu projeto, sua história e seu governo.



O Brasil viverá uma encruzilhada em 2014. Não parece haver exagero em afirmar isso. Afinal de contas, no final do ano, saberemos todos se o país seguirá trilhando o caminho do projeto iniciado com o governo Lula, em 2003, ou se andará para outra direção. Não só o Brasil. O futuro político de toda a América Latina será influenciado pela eleição brasileira. Num certo sentido, o cenário é relativamente tranquilo para a reeleição do atual projeto. A presidenta Dilma Rousseff lidera com folga as pesquisas e recuperou os índices de popularidade de seu governo que sofreram um baque logo após os protestos de rua de junho de 2013. Em outro, porém, está longe de ser tranquilo. No meio do caminho tem um negócio chamado Copa do Mundo e movimentos de rua que pretendem inviabilizar a realização do evento ou, ao menos, criar um ambiente caótico, cujas repercussões políticas são imprevisíveis.

Os diversos grupos e movimentos que estão dispostos a sair para as ruas não tem nenhuma unidade programática. Há um pouco de tudo: anarquistas, direitistas, esquerdistas e uma miríade de outros istas. Todos dispostos a denunciar “tudo o que está aí”, justamente no momento em que o Brasil, tomando como comparação a sua própria trajetória, vive o melhor momento de sua história. Sobre esse ponto, vale recordar uma observação feita no ano passado por Flávio Koutzii, um militante histórico do PT e da esquerda latino-americana, com experiência e acúmulo em várias lutas, inclusive a armada:

“Um dos paradoxos da situação provocada pelos protestos de rua que sacudiram o Brasil nas últimas semanas é a impressão, estimulada por alguns setores bem identificados, de que o país estaria acabando quando, na verdade, está começando um novo ciclo, em um novo patamar. É claro que há problemas relativamente agudos na educação, na saúde e na segurança, mas não podemos fazer de conta de que não existiram os grandes avanços que o país teve nos últimos anos. Estou convencido de que esse é o melhor Brasil que nós temos depois da ditadura”. (Entrevista ao Sul21, 1º de julho de 2013)


A situação é paradoxal e contraditória mesmo. O Brasil nunca teve em sua história o conjunto de políticas sociais que têm hoje que, se por um lado, não são suficientes para resgatar as dívidas do Estado brasileiro para com seu povo, por outro, melhoraram objetivamente as condições de vida de milhões de pessoas. Lembrando as palavras da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campelo, no recente Fórum Social temático realizado em Porto Alegre, “estamos falando do poder transformador de uma infância sem fome, já são quase 12 anos de uma infância sem fome” . Mas, como se sabe, a gente não quer só comida e aí estão os enormes desafios a serem enfrentados no presente, como mostram as mobilizações envolvendo a situação do transporte público no Brasil.

E aí os paradoxos e contradições não são menores. Só há possibilidade de alterar qualitativamente para melhor a situação do transporte público no país com investimentos públicos maciços nesta área. Para isso, entre outras, coisas é preciso ter poderes públicos com capacidade de planejamento e execução, ou, em outras palavras, é preciso ter Estado com capacidade de investimento e planejamento. E, para ter um Estado com essas características, é preciso ter política, partidos e organizações sociais fortes e com inteligência suficiente para executar essa tarefa.
 
O discurso anti-política, anti-representação e anti-tudo que ecoa em vários dos grupos que estão na rua conspira contra tudo isso e se alinha, objetivamente, aos partidários do Estado mínimo.

Esse é um dos grandes paradoxos que sobrevoa essas manifestações: elas podem tomar o rumo oposto do caminho que, supostamente, querem seguir. Não será exatamente uma novidade. A grande revolta popular no Egito, que levou muitos a saudar com entusiasmo uma Primavera Árabe, resultou numa ditadura e não mexeu na estrutura de poder econômico, político e militar do país. Os protestos de rua que sacodem a Ucrânia agora registram um crescimento expressivo de grupos neonazistas, ultra-nacionalistas e xenófobos. Isso não implica dizer que isso acontecerá aqui no Brasil também, mas recomenda, no mínimo, um pouco de prudência e cautela na hora de avaliar a conjuntura para evitar o risco de jogar fora o bebê com a água do banho.

Neste contexto, o PT tem um papel fundamental a cumprir. Afinal de contas, é o partido que lidera o projeto que vem sendo implementado no Brasil desde 2003. E terá que fazer isso (ou não) com todos os problemas que tem hoje: processo de burocratização, perda de quadros para a máquina estatal, mergulho no pragmatismo eleitoral, enfraquecimento da capacidade de formação e formulação política, etc., etc). Qualquer petista que conviva com a vida diária do partido sabe quais são esses problemas. Pode divergir, aqui e ali, quanto à intensidade dos mesmos, mas dificilmente quanto á sua existência. Mas o partido tem lá suas virtudes também e é com elas que pode contar para enfrentar essa situação repleta de paradoxos e contradições: está prestes a completar 34 anos de vida, o que significa uma experiência política que não deve ser desprezada, tem experiência de governo acumulada em todos os níveis e possui, com todos os problemas que enfrentou nos últimos anos, uma ampla base social e militante espalhada pelo país. Não é pouca coisa.

Talvez o principal desafio que o PT precisa enfrentar neste momento é sair da posição defensiva e reativa em relação aos protestos de rua. Em junho de 2013, isso foi até compreensível, pois o fenômeno pegou praticamente todo mundo de surpresa. Mas já não é mais uma novidade para ninguém. E ninguém poderá dizer que foi pego de surpresa com o que vier a acontecer este ano. O PT precisa voltar a ter voz, seus dirigentes, parlamentares e militantes mais experientes precisam falar, conversar aberta e francamente com a sociedade, defender o projeto em curso no Brasil, reconhecendo os problemas e buscando soluções em conjunto com a sociedade. Sair da posição defensiva e reativa é fundamental. O PT nasceu nas ruas, não é um território estranho para seus militantes e dirigentes.

Não se trata de disputar a direção dos movimentos que estão nas ruas. Nada disso. Trata-se de conversar com a sociedade, não por meio de notas burocráticas saídas de reuniões de diretórios e executivas, mas por meio da voz e da inteligência de seus melhores quadros, de respostas políticas cuja velocidade corresponda à dinâmica das ruas e da conjuntura. O que o PT deve disputar nas ruas não é a direção de um movimento sem cara definida, com muitas caras, ou com máscaras e capuzes. O que o PT deve disputar nas ruas é o seu projeto, a sua história e o seu governo. Eventualmente, dependendo do andar da carruagem, terá que fazer isso inclusive contra anônimos, black blocks e outros bichos dessa fauna que já mostrou, em várias situações, que aposta na violência como o caminho para se seguir sabe lá para onde.

É o PT que tem que fazer isso, fundamentalmente, e buscar o apoio do máximo de aliados que puder. Esse é o papel de um partido dirigente. Não serão o PMDB, o PTB, o PSOL, o PSTU ou o PP que abraçarão essa bronca. Com crise de representação ou sem crise, com burocratização ou sem burocratização, com flacidez programática ou sem flacidez programática, os petistas precisam arregaçar as mangas, abrir o armário de sua experiência partidária, tirar de lá suas melhores roupas e fazer o que já fizeram várias vezes em sua história: política de alta intensidade em defesa de seu projeto. Ao fazer isso, não estará fazendo apenas por sua história mas, principalmente, pelos milhões de pessoas que começaram a se tornar cidadãos de uma nação a partir de 2003. Estão aí seus principais aliados.




terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Morre Clodoaldo Medina


Araraquara perdeu neste domingo (02) um de seus mais expressivos homens públicos. Clodoaldo Medina, 83 anos, faleceu em casa, ao lado da família. Prefeito por dois mandatos, nos anos 70 e 80, Medina será lembrado como um divisor de águas na administração pública da cidade. Quem o conhecia pessoalmente, ou quem viveu suas administrações, sabe de seu apreço pela democracia e pela periferia da cidade, local que sempre visitava e dava atenção.
Foi Medina quem revolucionou o sistema de ensino infantil na cidade, criando os CERs e levando-os aos bairros. Fortaleceu nosso parque industrial com a Villares, hoje Iesa. Administrou a Ferroviária, construiu a sede do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) entre tantas outras importantes iniciativas que deram as bases para o desenvolvimento de Araraquara.
Clodoaldo Medina, que nasceu na cidade mineira de Recreio, aqui chegou em 1938 e foi laureado em 1966 com título de cidadão, mas tornou-se araraquarense de coração. Fez de sua vida um exemplo de trabalho e de respeito ao próximo.
Meus sentimentos à família, dona Dorinha e aos filhos Clodoaldo Jr, Adriana, Rodrigo e seus quatro netos, entre eles nosso companheiro Gabriel, família pela qual tenho pessoal apreço.  Sua filha Valéria, que já não está mais entre nós, certamente agora está ao lado do pai. Que Deus os conforte.



Márcia Lia
Presidente do Diretório Municipal do PT